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GO: Operação cumpre 81 mandados contra golpistas do agro que movimentaram R$ 120 milhões em 10 estados

  Esquema virtual enganava produtores e movimentou milhões em todo o país (Divulgação PCGO) Em cinco anos, rede de estelionato no agro movim...

 


Esquema virtual enganava produtores e movimentou milhões em todo o país (Divulgação PCGO)

Em cinco anos, rede de estelionato no agro movimentou milhões e atingiu vítimas em todo o país

Uma operação da Polícia Civil de Goiás cumpre, na manhã desta terça-feira (7/10), cerca de 81 mandados judiciais com o objetivo de efetuar prisões, buscas e apreensões, sequestros de bens e bloqueios de contas bancárias, em nove estados do Brasil e no Distrito Federal. A ação faz parte da Operação Agrofraude, conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Rio Verde, e tem como alvo uma associação criminosa responsável por aplicar golpes na comercialização de grãos de milho, que movimentou mais de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos.

Segundo o delegado responsável pela operação, Matheus Dutra, o grupo praticava o chamado “golpe do falso intermediário”, no qual os criminosos se passavam por compradores e vendedores de grãos para enganar produtores e corretores. “A fraude funcionava assim: o golpista entrava em contato com corretores de grãos, se passando por comprador. Esses corretores, agindo de boa-fé, enviavam fotos, vídeos e informações sobre o produto.”

De posse desses dados, o suspeito se apresentava a outros corretores como vendedor legítimo e fechava a negociação com o verdadeiro comprador. “A vítima, acreditando estar em uma transação real, fazia a transferência bancária e só depois percebia que havia sido enganada.” Somente em Rio Verde, mais de 10 pessoas foram vítimas, com prejuízos que ultrapassam R$ 1 milhão. A ação acontece simultaneamente em Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Acre, Piauí e no Distrito Federal.

Imagem da operação
Grupo aplicava o “golpe do falso intermediário” e enganava produtores rurais (Divulgação PCGO)

Durante as investigações, uma das vítimas — moradora de Rio Verde (GO) — chegou a transferir R$ 270 mil para a conta dos golpistas, acreditando negociar com um produtor rural. O levantamento apontou que mais de dez pessoas caíram no mesmo golpe na cidade, com prejuízos estimados em R$ 1 milhão.

O delegado destacou que o grupo atuava de forma altamente organizada, com divisão de funções entre os integrantes, “Identificamos mais de 40 pessoas envolvidas, desde os operadores telemáticos, que eram responsáveis pela engenharia social do golpe, até os operadores financeiros, que movimentavam o dinheiro para diferentes contas e empresas de fachada. Os valores movimentados são totalmente incompatíveis com a renda declarada dos investigados.” A maior parte dos alvos está concentrada em Cuiabá e Várzea Grande (MT), segundo o delegado.

Imagem da operação

Vítimas acreditavam negociar com produtores reais e transferiam valores aos golpistas (Divulgação PCGO)

“As ações acontecem simultaneamente em nove estados, e aqui em Mato Grosso se encontra a base principal do grupo criminoso”, informou. Os investigados poderão responder por estelionato qualificado pela fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. “Trata-se de uma das maiores operações de combate a fraudes virtuais no agronegócio já realizadas no estado”, completou o delegado.

Foram apreendidos veículos de luxo, equipamentos eletrônicos e documentos que devem ajudar a rastrear o destino dos valores obtidos ilegalmente. As investigações seguem em andamento para identificar novos integrantes e dimensionar o impacto financeiro total do esquema, considerado um dos maiores golpes já registrados no agronegócio goiano.

Da redação do Portal de Notícias com a fonte da PCGO

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