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A cada dia, bandidos fazem duas vítimas

Ladrão rende família de PM e morre em colisão que mata filho de policial Isa Stacciarini O ano começou com uma média de dois sequestro...


Ladrão rende família de PM e morre em colisão que mata filho de policial


Isa Stacciarini


O ano começou com uma média de dois sequestros relâmpago por dia. Ontem, não foi diferente. Em menos de quatro horas, dois motoristas foram abordados, rendidos, levados nos próprios carros pelos ladrões e depois abandonados. Em um dos casos, durante a fuga, o ladrão morreu em um acidente que matou ainda um motociclista.

Apenas em janeiro, a Secretaria de Segurança Pública registrou 64 casos de sequestro relâmpago, ou roubo com restrição de liberdade, como a pasta define. Os crimes de ontem foram cometidos em Taguatinga e Santa Maria.

O primeiro sequestro aconteceu no Pistão Sul de Taguatinga. Eram pouco mais de 12h quando a esposa e o filho de um sargento do 11º Batalhão de Polícia Militar (Samambaia) foram rendidos. A mulher de 42 anos e o jovem de 18 estavam dentro do carro esperando o policial, que havia estacionado para ir até uma loja de artigos militares buscar uma calça do uniforme.

Durante os minutos em que mãe e filho aguardavam o sargento Antônio Cícero de Orlanda, um assaltante, armado com uma faca, abordou as vítimas. Ele assumiu a direção do Voyage de cor prata e abandonou os reféns minutos depois, próximo ao Taguacenter.

Buscas

Ao sair da loja, o policial percebeu a ausência do carro e telefonou para mulher, que não atendeu. Suspeitando do que poderia ter acontecido, o militar entrou em contato no telefone 190, da PMDF. Uma equipe foi deslocada para fazer as buscas pelo veículo, que seguiu em direção a Brazlândia. Contudo, não teria havido perseguição.

Segundo a polícia, o motorista dirigia em alta velocidade e fazia manobras perigosas na pista. Na BR-080, sentido Brazlândia, o autor do roubo bateu o carro na traseira de um Chevette e, com o impacto, o Voyage rodou na pista. Um motociclista que trafegava no sentido Brasília não conseguiu desviar do veículo atravessado na rodovia. O motociclista Willian Militão Azevedo, 23 anos, morreu na hora. Ele é filho de um outro Policial Militar, que atua no 16º BPM (Brazlândia). O sargento Militão, pai da vítima, foi ao local reconhecer o corpo do filho. O assaltante também não resistiu ao impacto e morreu no local.
Arma do crime
A faca usada para ameaçar a mulher e o filho do policial militar permaneceu dentro do carro da família. Até o fechamento desta edição, a identidade do suspeito do crime, morto no acidente, não havia sido identificada, segundo a polícia. Uma equipe da PM isolou a área onde ocorreu o acidente, na BR-080, rumo a Brazlândia, nas proximidades do local onde ocorre a Festa do Morango.

Casal e criança estavam em carro atingido
O comandante da operação do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRV), sargento Jesus Silva, explica que no Chevette atingido na colisão estava um casal com um filho de dois anos. A família seguia para o Setor Veredas, em Brazlândia, e teve apenas escoriações leves. Eles foram levados conscientes para o Hospital Regional de Brazlândia pelo Corpo de Bombeiros.
O sargento Antônio Cícero de Orlanda, que teve o carro roubado e a família sequestrada, conta que levou menos de cinco minutos para entrar e sair da loja, tempo em que o veículo foi levado com a esposa e o filho. “Tudo aconteceu de dia, e a criminalidade anda a todo o vapor. Qualquer pai de família sempre pensa o pior quando se depara com uma situação dessas. Graças a Deus não perdi minha família, mas infelizmente o colega policial teve o filho morto envolvido nesse acidente”, lamenta.
Segundo o militar, durante o sequestro relâmpago, a esposa ainda aconselhou o assaltante a “mudar de vida”. “Ela disse que, durante o trajeto, recomendou que o jovem procurasse a Deus, porque no rádio do carro tocou uma música de igreja. O homem cantou o hino religioso e minha esposa disse para que ele fosse até a igreja e orasse”, conta o policial.

Perto de centro de saúde
Em Santa Maria, outro sequestro relâmpago provocou pânico às vítimas. Eram por volta das 14h30 quando um homem e uma criança de três anos foram feitos reféns. O roubo com restrição de liberdade aconteceu em frente ao Centro de Saúde de Santa Maria nº 2, na QR 217/317.
A mãe do menino tinha ido à unidade de saúde para buscar medicamentos para o filho, que foi diagnosticado com inflamação no estômago. Depois ela iria até a escola da criança levar o atestado médico emitido no Hospital Regional de Santa Maria. O amigo da mulher esperava a mãe do garoto pegar os remédios dentro do carro. Ele estava com o menino dentro de uma VW Parati cinza, com placa de Minas Gerais.
Abordagem
Enquanto eles aguardavam a mulher, dois assaltantes abordaram o homem e a criança. Um dos criminosos estava armado com um revólver e anunciou o roubo. As vítimas foram obrigadas a passar para o banco de trás do veículo e a direção foi assumida por um dos assaltantes. O oficial do dia no 26º Batalhão da Polícia Militar (Santa Maria), subtenente Ernesto de Souza, estima que a dupla tem entre 18 a 25 anos.
“As vítimas ficaram quase uma hora sob poder dos criminosos. Depois disso, o homem e o garoto foram liberados na DF-290, na altura do balão que dá acesso ao Novo Gama (GO). A polícia de Goiás, inclusive, foi acionada para ajudar na captura dos criminosos”, esclarece. Até o fechamento desta edição ninguém havia sido preso.

Saiba Mais
Só em 2009, com a Lei 11.923, o sequestro relâmpago tornou-se crime. Até então, ele era enquadrado como extorsão ou, dependendo da interpretação do juiz, com outras tipificações mais brandas.
Com a nova lei, a pena pode chegar a 30 anos.

Série de delitos em uma madrugada
O delegado-chefe da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), José Carlos Lóssio, que investiga o caso da Candangolândia, explica que depois de pegar os pertences e cometer o estupro, os homens abandonaram as três pessoas no local e em seguida voltaram para o Setor de Postos e Motéis, onde assaltaram três mulheres. Elas estavam na calçada próximo a um posto de gasolina. Logo depois a dupla também roubou um posto de combustível.
No dia do crime, nenhum dos supseitos foi preso. Porém, dois dias depois, em 9 de fevereiro, Diego foi pego depois de um assalto no Polo de Modas do Guará II. Eram por volta das 3h quando ele roubou duas pessoas, entre elas uma militar do Exército. As vítimas perseguiram o jovem, que efetuou um disparo, mas não atingiu ninguém. Ele até tentou fugir, mas foi detido por populares, que o espancaram. No dia também foi apreendida uma arma calibre 32, um celular e uma corrente das vítimas.
Confissão
Segundo o delegado da Polícia Civil, no dia em que foi preso, Diego confessou todos os crimes. “Nós pedimos a prisão temporária de Robson, que ainda está foragido. Os dois têm uma extensa ficha criminal de roubos efetuados no Guará, Candangolândia e Plano Piloto. Todas as penas juntas podem chegar a 74 anos de prisão”, explica o delegado Lóssio.

Além do roubo, estupro
No início deste mês, outro roubo com restrição de liberdade na Candangolândia deixou dois homens e uma mulher em poder dos assaltantes. Os comparsas Diego Batista Vieira, 18 anos, vulgo “Smyl” – preso dois dias depois do crime –, e Robson Neris de Almeida, 27 anos, conhecido como “Pintado” – ainda foragido –, abordaram três jovens que estavam dentro de um veículo. O casal de namorados e um colega tinham ido a uma rede de fast food no Setor de Postos e Motéis. Pelas imagens do circuito de câmeras de segurança, eles foram os últimos a serem atendidos pelo drive-thru.
As vítimas foram abordadas enquanto comiam dentro do carro. Os assaltantes, armados com um revólver, exigiram que todos fossem para o banco de trás. Um dos comparsas assumiu a direção do veículo até o Setor de Chácaras do Guará.
Objetos levados
Lá, Diego e Robson determinaram que todos deitassem no chão e roubaram celulares, dois notebooks, documentos, joias e bolsas. Robson ainda teria estuprado a jovem dentro do carro.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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