Milena Câmara Um dos maiores galãs da história do cinema, o ator francês Alain Delon, 86 anos, anunciou essa semana que vai praticar o chama...
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Milena Câmara |
Um dos maiores galãs da história do cinema, o ator francês Alain Delon, 86 anos, anunciou essa semana que vai praticar o chamado “suicídio assistido”, prática permitida na Suíça. Enquanto isso, no Brasil, na última quinta-feira, um jovem de 20 anos, estudante de Medicina Veterinária, se jogou do 4º andar de uma universidade em Curitiba, no Paraná, e deixou alunos e professores perplexos.
Mas o que vemos em comum entre esses dois homens com idades e vivências tão diferentes? Desistiram da vida?
O comportamento de ambos nos força uma reflexão sobre os motivos que levam cada um a recorrer a uma atitude tão drástica e desesperada.
Para o ator, o fato de carregar as rugas e o desgaste natural do corpo que a idade avançada traz teria sido justificativa suficiente porque, segundo ele, “envelhecer é uma merda”.
Sobre o jovem, não saberemos suas razões ou motivações. Li certa vez que “quem quer se matar não quer terminar com a vida; quer acabar com a dor”.
Mas o fato é que destruir uma vida- por mais que sejam apresentados argumentos para praticar tal ato- além de ser crime no Brasil, afronta doutrinas cristãs e contraria todas as religiões: “Deus deu a vida, somente ele pode tirá-la”. Desse modo, não é da alçada humana dar fim à própria vida.
Sinto-me à vontade para falar dessa realidade no meio evangélico no qual cresci. Recebi ensinamentos e a convicção de que a vida está acima de tudo, a preservação da vida tem de prevalecer sobre qualquer dificuldade, desilusão ou tristeza.
Mais do que estar vivo, temos que trabalhar de forma persistente para socorrer as pessoas adoecidas e que possam apresentar tendências suicidas por patologias graves ou fraquezas emocionais em determinadas fases críticas da vida.
A Organização Mundial da Saúde estima que uma pessoa se suicida a cada 40 segundos. Temos que perguntar e ouvir as pessoas que pensam nisso: “Onde dói, e como eu posso ajudar?”.
No Brasil, as mortes que decorrem do suicídio são baixas se comparadas à outros países, mas se mostram crescentes entre os jovens e aumentaram consideravelmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Algumas iniciativas estão vindo do poder público, mas ainda falta muito.
Em 2019, por meio da lei 13.819/19, o governo Federal instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio a ser disposta pela União, em colaboração com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
Fonte: Diário do Poder
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