Ao Correio, o deputado distrital destacou também que todos os 900 aprovados no concurso da Polícia Civil não ainda foram chamados por conta ...

Arthur de Souza
Pablo Giovanni
Em seu terceiro mandato na Câmara Legislativa (CLDF), o deputado distrital Wellington Luiz (MDB) foi eleito, por unanimidade, para a presidência da Casa em 2023. Próximo de completar um ano no cargo, o parlamentar concedeu entrevista exclusiva ao Correio Braziliense, em que falou sobre os desafios da primeira legislatura no comando da Casa.
Além dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, principal tema debatido nas sessões da CLDF, Wellington Luiz comentou sobre projetos, futuro político de aliados, além do desejo de equiparar o salário da Pocícia Civil com o da Federal.
O presidente da Câmara também opinou sobre o escândalo envolvendo o ex-delegado-geral Robson Cândido.
O senhor é policial civil e defendeu o reajuste de 18% para a categoria. O grande desejo ainda segue sendo a equiparação com a Polícia Federal?
Sem dúvida. Fui presidente do Sindicato dos Policiais Civis durante quase 12 anos e deixei a categoria como a polícia mais bem paga do país, inclusive ganhando mais do que a PF. Esse sempre foi o cenário, então nada mais justo que a PCDF tenha salários idênticos (à PF). É óbvio que essa procura para se fazer justiça vai continuar. A diferença diminuiu bastante: chegou a ser de 37% e hoje está menos de 8%. A equiparação se torna viável. A gente torce para que a Polícia Federal continue sendo bem remunerada, porque merece, é uma polícia que muito nos orgulha, mas a Polícia Civil do Distrito Federal também cumpre seu papel.
Há um certo incômodo sobre a demora na convocação dos aprovados no concurso da PCDF. O governador indicou que irá nomear esses agentes?
O senhor é policial civil e defendeu o reajuste de 18% para a categoria. O grande desejo ainda segue sendo a equiparação com a Polícia Federal?
Sem dúvida. Fui presidente do Sindicato dos Policiais Civis durante quase 12 anos e deixei a categoria como a polícia mais bem paga do país, inclusive ganhando mais do que a PF. Esse sempre foi o cenário, então nada mais justo que a PCDF tenha salários idênticos (à PF). É óbvio que essa procura para se fazer justiça vai continuar. A diferença diminuiu bastante: chegou a ser de 37% e hoje está menos de 8%. A equiparação se torna viável. A gente torce para que a Polícia Federal continue sendo bem remunerada, porque merece, é uma polícia que muito nos orgulha, mas a Polícia Civil do Distrito Federal também cumpre seu papel.
Há um certo incômodo sobre a demora na convocação dos aprovados no concurso da PCDF. O governador indicou que irá nomear esses agentes?
De fato, a gente tem uma preocupação muito grande porque hoje, talvez, tenhamos o pior quadro da história do Distrito Federal. A Polícia Civil tem um quadro completamente defasado, são cerca de 4 mil agentes para todo o DF. A população aumentou muito, o crime aumentou bastante e tem o combate ao feminicídio — que está em alta. Por isso, a gente precisa abrir novas delegacias, inclusive novas Deam (delegacias especiais de atendimento à mulher).
Só que isso se faz com material humano, então é fundamental essa nomeação. O governador autorizou (a contratação de) 300 este ano e a ideia é que a gente comece, em 2024, nomeando também. Existem dificuldades orçamentárias que acabam atrapalhando, mas queremos que os 600 nomes restantes sejam chamados até o fim do primeiro semestre.
O escândalo recente envolvendo o ex-delegado-chefe Robson Cândido mancha a imagem da PCDF?
Estamos trabalhando para que isso não aconteça. Foi um fato isolado, mas de extrema infelicidade do ex-diretor-geral. Infelizmente ele acabou se envolvendo nesse problema, mas acho que não seria justo contaminar uma instituição que, ao longo dos anos, prestou um serviço exemplar para a população. É um fato lamentável, sem dúvida, não podemos ser hipócritas de não reconhecer isso, mas que não contamina a instituição como todo.
O que achou da escolha do delegado José Werick para assumir o cargo?
É um dos delegados mais preparados que temos. Ele foi delegado-chefe, presidiu a Associação dos Delegados durante mais de uma década, então, conhece a instituição por dentro e por fora.
Como foi seu primeiro ano como presidente da Câmara Legislativa?
Não foi um ano fácil. Mesmo em recesso, tivemos o fatídico 8 de janeiro, que fez com que a Casa mudasse toda sua dinâmica. Instalamos, dias depois, a primeira CPI assinada por todos os parlamentares na história da CLDF. Com isso, a Câmara começou a se reinventar, porque foi um momento dramático para o povo brasileiro e precisávamos dar uma resposta. Foram dias — e os meses seguintes não foram muito diferentes — de um grande desafio, mas acredito que a gente termina o ano, se Deus quiser, de forma muito exitosa.
Qual é a sua consideração sobre a CPI dos Atos Antidemocráticos?
Acho que, independentemente das posições ideológicas ou partidárias, a CPI deixa um legado extremamente importante de isenção, de protagonismo e de demonstração de compromisso com as causas do povo brasileiro. Reagimos de uma forma muito dura, não tenho dúvida que a nossa CPI acabou apresentando resultados importantíssimos e a história provará isso.
Acha que oposição e governistas conseguiram dialogar da forma correta?
Sim. O relatório do deputado Hermeto, por exemplo, foi aprovado por deputados da oposição. O destaque também, deputados da base votaram contra. Houve muita independência, isenção e, sobretudo, coesão nesse processo. A Câmara conseguiu se fazer enxergar num processo tão importante como esse, além de entrar num entendimento, chegando a um resultado extremamente importante.
Diferentemente da CPMI do Congresso Nacional, o relatório da CPI não indiciou ninguém que a comissão não ouviu — com exceção dos financiadores. Considera uma postura correta?
A nossa CPI criou um rito, que foi obedecido fielmente. Acho que isso é importante para que não houvesse, inclusive, desigualdades nas tomadas de decisões. O que se buscou foi exatamente isso e, na minha opinião, a CPI alcançou seu objetivo.
Além da CPI, quais foram os principais destaques da atual legislatura?
A gente pode falar da aprovação recente do Refis, extremamente importante para injetar recursos na economia; o aumento de alguns impostos (como o IPTU e o IPVA), mesmo que seja uma coisa que a gente não concorda.
O escândalo recente envolvendo o ex-delegado-chefe Robson Cândido mancha a imagem da PCDF?
Estamos trabalhando para que isso não aconteça. Foi um fato isolado, mas de extrema infelicidade do ex-diretor-geral. Infelizmente ele acabou se envolvendo nesse problema, mas acho que não seria justo contaminar uma instituição que, ao longo dos anos, prestou um serviço exemplar para a população. É um fato lamentável, sem dúvida, não podemos ser hipócritas de não reconhecer isso, mas que não contamina a instituição como todo.
O que achou da escolha do delegado José Werick para assumir o cargo?
É um dos delegados mais preparados que temos. Ele foi delegado-chefe, presidiu a Associação dos Delegados durante mais de uma década, então, conhece a instituição por dentro e por fora.
Como foi seu primeiro ano como presidente da Câmara Legislativa?
Não foi um ano fácil. Mesmo em recesso, tivemos o fatídico 8 de janeiro, que fez com que a Casa mudasse toda sua dinâmica. Instalamos, dias depois, a primeira CPI assinada por todos os parlamentares na história da CLDF. Com isso, a Câmara começou a se reinventar, porque foi um momento dramático para o povo brasileiro e precisávamos dar uma resposta. Foram dias — e os meses seguintes não foram muito diferentes — de um grande desafio, mas acredito que a gente termina o ano, se Deus quiser, de forma muito exitosa.
Qual é a sua consideração sobre a CPI dos Atos Antidemocráticos?
Acho que, independentemente das posições ideológicas ou partidárias, a CPI deixa um legado extremamente importante de isenção, de protagonismo e de demonstração de compromisso com as causas do povo brasileiro. Reagimos de uma forma muito dura, não tenho dúvida que a nossa CPI acabou apresentando resultados importantíssimos e a história provará isso.
Acha que oposição e governistas conseguiram dialogar da forma correta?
Sim. O relatório do deputado Hermeto, por exemplo, foi aprovado por deputados da oposição. O destaque também, deputados da base votaram contra. Houve muita independência, isenção e, sobretudo, coesão nesse processo. A Câmara conseguiu se fazer enxergar num processo tão importante como esse, além de entrar num entendimento, chegando a um resultado extremamente importante.
Diferentemente da CPMI do Congresso Nacional, o relatório da CPI não indiciou ninguém que a comissão não ouviu — com exceção dos financiadores. Considera uma postura correta?
A nossa CPI criou um rito, que foi obedecido fielmente. Acho que isso é importante para que não houvesse, inclusive, desigualdades nas tomadas de decisões. O que se buscou foi exatamente isso e, na minha opinião, a CPI alcançou seu objetivo.
Além da CPI, quais foram os principais destaques da atual legislatura?
A gente pode falar da aprovação recente do Refis, extremamente importante para injetar recursos na economia; o aumento de alguns impostos (como o IPTU e o IPVA), mesmo que seja uma coisa que a gente não concorda.
O próprio setor produtivo entendeu isso. Eu, pela primeira vez na história, votei a favor do aumento de impostos, mas porque a circunstância nos exigia isso. Também tivemos a Lei do Parcelamento do Solo, que está sendo discutida e foi aprovada na semana passada. Tivemos a lei dos becos dos lagos Norte e Sul. Nessa área fundiária, haviam problemas que vinham do passado — às vezes de décadas — e que conseguimos resolver, mostrando a importância que a Câmara enxerga projetos dessa natureza.
Crédito Correio Braziliense
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