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Operação Vendilhões: TJGO foi induzido a erro, diz MP

  “Sociedade não pode conviver com instituições que atuam contra os seus interesses, ou até mesmo ilicitamente”, destaca Aylton Vechi Padre ...

 “Sociedade não pode conviver com instituições que atuam contra os seus interesses, ou até mesmo ilicitamente”, destaca Aylton Vechi


Padre Robson | Foto: Divulgação / Divino Pai Eterno



O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Goiás, Aylton Vechi, e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmaram nesta quinta-feira, 8, que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) foi induzido a erro na decisão acerca do trancamento da investigação sobre as Afipes (Operação Vendilhões).

Os membros do MP destacaram que a defesa do Padre Robson fez parecer que o alvo da investigação seria o uso de recursos doados para a construção da Basílica em compra de fazendas, o que seria um fato atípico (que não é crime), e por isso, o TJGO teria sido induzido à decisão equivocada. Em coletiva, Aylton Vechi esclareceu ainda que a investigação não foi arquivada e sim trancada.

O magistrado apontou que a investigação gira em torno de um suposto esquema criminoso que envolve a possível prática de inúmeros crimes como organização criminosa, falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. “O fato de se tratar de uma instituição privada não tira do MP a responsabilidade de acompanhar o uso dos recursos, uma vez que a sociedade não pode conviver com instituições que atuam contra os seus interesses, ou até mesmo ilicitamente”, observou.

O promotor Sandro Henrique Silva lembrou que o Ministério Público trabalha no caso desde 2018 e frisou que o órgão discorda da decisão. “Respeitamos o TJGO e acreditamos que os desembargadores foram induzidos a erro”, disse, ao frisar que não há um diálogo no julgamento de habeas corpus.

“Precisamos saber sobre o R$ 400 mil que sai da associação, vai para uma conta de laranja e que depois compra um imóvel onde mora uma irmã do padre. Precisamos saber sobre os R$7 milhões que são repassados para uma construtora e no mesmo dia esse dinheiro vai para a compra de imóveis onde moram parentes do padre”, exemplifica o promotor. “O desvio de recursos para a construção da Basílica é atípico mas as situações que citei não”, aponta Sandro.

Agora, o MP vai aguardar ser acionado para entrar com recurso. Com os embargos de declaração, os promotores esperam que o TJGO reforme sua decisão e permita a investigação dos supostos ilícitos. Um dos principais alvos da investigação, segundo o Gaeco, é o esquema de criação de empresas laranja.  Ainda de acordo com o promotor, a nova administração da Afipe tem tido inclusive dificuldade em reaver os bens dos supostos laranjas.

“Foram transferidos 34 milhões para essas empresas e todos os dias descobrimos uma empresa nova. Muitos laranjas já foram ouvidos e confirmaram que só assinavam, precisamos ver se isso também é atípico”, Sandro, que leu um suposto documento escrito pelo gerente jurídico da Afipe endereçado ao Padre Robson. No documento, ele questiona qual é a saída para os crimes de lavagem de dinheiro, apropriação e outros. O gerente questiona se vão dizer que não sabiam de nada, se essa seria a grande saída.

O promotor Sebastião Marcos reforça que compra de fazenda, casa na praia ou sino caro não é o foco dos trabalhos do MP, por isso acredita que o recurso será eficiente para garantir a investigação dos fatos típicos. “Se a defesa levou o tribunal a pensar isso teremos que recorrer”, defende. Vechi fez coro ao promotor e disse que agora o órgão terá a oportunidade de fazer com que a decisão possa ser alterada.

“De modo a traduzir-se no que chamamos de justiça. Agora é o momento de levar ao tribunal todos esses fatos com potencial penal capaz de traduzir-se em vários crimes a serem apurados”, encerra o procurador-geral, ao frisar que essa não é a fase de condenação ou absolvição.

Fonte: Jornal Opção.  

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