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Mulheres heroínas: chefes de família

Milena Câmara  As mulheres chefes de família no Brasil já representam quase 50% dos lares, índice que não para de crescer.  São situações on...

Milena Câmara 
As mulheres chefes de família no Brasil já representam quase 50% dos lares, índice que não para de crescer. 
São situações onde famílias ou domicílios são liderados por mulheres em situações diferentes: o companheiro está ausente ou vive junto, mas não arca com as despesas. 
Podem ser também viúvas, separadas, divorciadas com dependentes ou mães solteiras que são as provedoras da casa, que precisam assumir o papel de mãe e pai. 
Ainda existe um outro grupo de mulheres que possuem cônjuge estável, mas que provém o sustento quando o companheiro não trabalha, está desempregado, enfermo ou inválido.
O agravante é que a maioria delas trabalha no mercado informal. 
Ou seja, come se trabalhar. 
Come se não ficar doente. Como se conseguir renda com a venda de seu produto ou a prestação de seus serviços.
Com a alta taxa de desemprego no país esse cenário de informalidade vai se desenhando mais precário e empurrando essas mulheres para uma situação de vulnerabilidade social.
Segundo o IBGE, em 1950, cerca de 12% dos lares já eram chefiados por mulheres no Brasil. Em 2000, o número subiu para 26%. 
Depois para 35% em 2009 e 45% em 2018. 
Agora, em 2021, já chega a 50%. Só entre 2014 e 2019, quase 10 milhões de mulheres assumiram o posto de chefe de família. 
Porém, isso não significa que elas deixaram de acumular tarefas domésticas além de trabalhar fora!
Pesquisas mostram que, geralmente, mesmo sendo responsáveis pelo sustento de suas famílias, as mulheres brasileiras ganham cerca de 27% a menos do que os homens.
E o que mais preocupa é que a maioria delas trabalha no mercado informal. 
Ou seja, come se trabalhar. 
Come se não ficar doente. 
Como se conseguir renda com a venda de seu produto ou prestação de serviços.
Com a alta taxa de desemprego esse cenário da informalidade vai se desenhando mais precário e colocando essas mulheres numa situação de vulnerabilidade social.
É por isso que elas precisam do amparo do Estado para poder seguir em frente nessa árdua jornada.
São as mulheres, e em especial as chefes de família, que constituem a maioria da população que recorre aos serviços de assistência social, procurando resolver os problemas dos membros da família, filhos, netos e companheiro, mais até que os seus próprios problemas enquanto mulheres. 
Isto acontece pelo papel que a mulher muitas vezes, exerce enquanto gestora do cotidiano, assumindo a maioria dos trabalhos domésticos, a educação dos filhos e o cuidado com os doentes.
Reside aí a relação da política de Assistência Social, que tenta buscar respostas e intervir junto às questões sociais e demandas da população.
Falo da necessidade de reforçar essa ação governamental não apenas como forma de distribuir alimentos ou vales para essas mulheres. Falo da urgência em oferecer dignidade e condições para que cada uma tenha condições profissionais e pessoais para buscar sua própria renda.
Antes de mais nada precisamos conhecer a trajetória de vida e as principais necessidades básicas dessas mulheres e de suas famílias, diante da singularidade da situação de chefia de família. 
Essa análise inclui necessidades geralmente deixadas de lado, como necessidade de afeto, participação e liberdade. 
Conhecer a situação das famílias chefiadas por mulheres faz-se interessante na inclusão das demandas levantadas por elas em meio às políticas públicas, sobretudo na política de assistência social.
Estamos vendo o esforço do governo federal com o Auxílio Emergencial que contemplou essas mulheres com filhos de maneira diferenciada: R$ 375,00 por mês durante 4 meses. Alguns estados têm programas de benefícios a mães solteiras como Rio Grande do Sul, Belém e Alagoas. 
Outras iniciativas isoladas pelo país tentam minimizar os impactos dessas mulheres que merecem todo o nosso cuidado e atenção.
Como mulher, compreendo esse universo e os desafios de criar filhos, trabalhar, se profissionalizar, estudar, cuidar da mente e do corpo, com atividades religiosas e físicas.
Diante das transformações do mercado de trabalho, considero urgente pensar em políticas públicas que possam oferecer incentivos fiscais e profissionais para que as chefes de família consigam sair da informalidade. 
Mas se não for possível continuar nesse mercado, mas atenuar a queda do rendimento mensal e o empobrecimento nas famílias. 
Temos que pensar soluções rápidas e fazer com que os poderes coloquem esse socorro em prática. Executivo fazendo sua parte e Legislativo criando as leis que garantam uma vida melhor para todas essas heroínas.

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