A pesquisa do IBGE que acaba de ser divulgada me faz refletir sobre o quanto a maioria da nossa população vive em situação de vulnerabilidad...
A pesquisa do IBGE que acaba de ser divulgada me faz refletir sobre o quanto a maioria da nossa população vive em situação de vulnerabilidade social e depende da mão do Estado.
Analisando os dados é fácil constatar que ficamos mais pobres durante a pandemia de Covid-19 porque o rendimento médio mensal do brasileiro caiu 3,4%.
Mas outros indicadores mostram que o empobrecimento foi além, especialmente para quem já estava recebendo socorro governamental.
O levantamento da Pnad Contínua 2020, do IBGE, aponta aumento dos domicílios recebendo programas sociais, devido ao auxílio emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados.
O levantamento da Pnad Contínua 2020, do IBGE, aponta aumento dos domicílios recebendo programas sociais, devido ao auxílio emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados.
O aumento chegou a 32,2% no Norte e 34% no Nordeste.
Essa dependência da nossa população dos programas públicos de auxílio e renda entristece e ao mesmo tempo estimula reflexões de como sermos auto suficientes se precisamos do auxílio financeiro do governo para sobreviver.
É alarmante saber que os recursos públicos sustentam 45% da população brasileira. Se for considerada a estimativa de 209,6 milhões de habitantes no país, quase a metade precisa do Estado.
Essa dependência da nossa população dos programas públicos de auxílio e renda entristece e ao mesmo tempo estimula reflexões de como sermos auto suficientes se precisamos do auxílio financeiro do governo para sobreviver.
É alarmante saber que os recursos públicos sustentam 45% da população brasileira. Se for considerada a estimativa de 209,6 milhões de habitantes no país, quase a metade precisa do Estado.
E por mais que o poder público tente prestar socorro a milhões de brasileiros não há dinheiro para tanto.
O resultado é que as contas públicas não fecham e o endividamento é crescente.
O sinal vermelho para esse rombo nas contas já acendeu há anos, mas como o governo pode virar as costas para essa multidão?
Os programas sociais são indispensáveis em qualquer país e não há possibilidade de interromper esses auxílios num momento atípico desses que vivemos, onde a pandemia destruiu não apenas a condição emocional das famílias que não tem renda fixa, mas matou chefes de família (homens e mulheres) que colocavam a comida dentro de casa.
Vivemos nesses dois anos numa situação extrema de incerteza, de dificuldades para arcar com as despesas das nossas necessidades básicas e ainda, tentando sobreviver aos efeitos desse vírus cruel.
Ideal seria não termos essa dependência do estado.
Ideal seria não termos essa dependência do estado.
Concordo com especialistas da área econômica que avaliem que esse inchaço começou com a Constituição de 1988, que estabeleceu demandas sociais e criou benefícios para atender o clamor popular.
Claro que isso contribuiu para a distribuição de renda e queda na desigualdade social, uma das bandeiras que sempre defendi e como cidadã, advogada e especialista em gestão pública, quero dar a minha contribuição ajudando a encontrar fórmulas para sair desse sufoco.
Para garantir ajuda aos mais necessitados, os governos vem enfrentando um crescente aumento dos gastos e teve que adotar medidas amargas e aumentar impostos.
Porém a carga tributária chegou a um limite e não há espaço político para mais tributos.
Para garantir ajuda aos mais necessitados, os governos vem enfrentando um crescente aumento dos gastos e teve que adotar medidas amargas e aumentar impostos.
Porém a carga tributária chegou a um limite e não há espaço político para mais tributos.
É necessário cortar gastos e reduzir essa dependência o quanto antes.
Mas como?
Nessa quase pós-pandemia (que assim seja), temos que concentrar nossos esforços para fortalecer as ações de geração de emprego e renda porque a previsão é de que a procura por esses serviços sociais tende a aumentar nas próximas décadas.
Defendo uma linha de ação para enfrentamento desse cenário.
Nessa quase pós-pandemia (que assim seja), temos que concentrar nossos esforços para fortalecer as ações de geração de emprego e renda porque a previsão é de que a procura por esses serviços sociais tende a aumentar nas próximas décadas.
Defendo uma linha de ação para enfrentamento desse cenário.
Primeiro temos de trabalhar na formulação de políticas que definam o limite da atuação estatal e qual deve ser o papel de cada cidadão.
Na sequência reformular e adaptar a estrutura tradicional das políticas de proteção social para atender ao crescente contingente de famílias em situação de dependência.
Ao mesmo tempo, buscar alternativas junto à sociedade civil organizada para financiar esses programas.
E o mais crucial: investir na profissionalização desses brasileiros e em linhas de crédito para que eles possam seguir seus próprios caminhos, alcançar a tão sonhada independência financeira sem depender 100% da transferência direta de renda do Estado.
E o mais crucial: investir na profissionalização desses brasileiros e em linhas de crédito para que eles possam seguir seus próprios caminhos, alcançar a tão sonhada independência financeira sem depender 100% da transferência direta de renda do Estado.
É simples? Óbvio que não, mas estamos aqui para tentar!
Fonte: Dário do Poder
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