Imagem meramente ilustrativa Um caso de agressão aconteceu na madrugada deste sábado (30) na Ceilândia Norte, quando um motorista do aplic...
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Imagem meramente ilustrativa |
Um caso de agressão aconteceu na madrugada deste sábado (30) na Ceilândia Norte, quando um motorista do aplicativo Uber agrediu o seu cliente por volta das 00:30, após um desentendimento devido à R$ 7 do troco de uma corrida vinda de Águas Claras. O balconista de farmácia, Eduardo Henrique, 26, estava voltando do trabalho quando teve o seu nariz quebrado após um soco, e ficou internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde foi constatada uma lesão corporal.
Segundo o registro do boletim de ocorrência feita pela vítima na 15º Delegacia de Polícia Civil, localizada na Ceilândia Centro, o motorista de nome Francisco recusou a pagar o troco para Eduardo, alegando que somente poderia pagar o cliente por “cashback”. O cliente recusou e solicitou o dinheiro, já que a corrida estava sendo paga pela sua empresa farmacêutica.
De acordo com Eduardo, após este momento, o motorista de aplicativo havia começado a se alterar, dizendo “seu pão duro, esse dinheiro é seu, seu filho da p*”. Quando o cliente saiu do carro e se dirigiu à sua residência, Francisco também se retirou do veículo e desferiu diversos socos contra o balconista na porta da sua casa. Um dos golpes acabou fraturando o seu nariz.
O motorista entrou novamente no seu carro, um Volkswagen Gol de cor branca com maçanetas pretas, e fugiu do local, enquanto Eduardo imediatamente entrou na sua casa e fez uma denúncia no aplicativo.
Após registrar a queixa no aplicativo, a vítima recebeu atendimentos no HRT. Eduardo também registrou queixa policial na tarde deste sábado (30), e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). “No IML, pediram para eu voltar em agosto, para ver se não ficaram sequelas”, disse Eduardo.
Por conta da gravidade da fratura, Eduardo foi encaminhado ao Hospital de Base de Brasília (HBB) para fazer uma cirurgia, mas ela não foi executada devido ao inchaço no nariz do morador. “Estava tão inchado que a anestesia não ia pegar e o médico precisa ter a visão perfeita do meu nariz. Para ele colocar no lugar certinho, estou com cinco dias de atestado e volto lá [no HBB] sábado e faço a cirurgia”, relata o cliente.
Uber bloqueou cliente após a agressão
Após realizar a denúncia no aplicativo da Uber, Eduardo teve a sua conta imediatamente desativada. Com isso, a vítima ficou impossibilitada de acessar os detalhes do agressor, como a placa de seu carro, que é essencial para o prosseguimento das investigações policiais.
O fato impossibilitou a coleta de dados pessoais do agressor para a 15º DP, e também a convocação do agressor para comparecer à delegacia e prestar a sua versão do ocorrido. Em contato com a equipe de reportagem do Jornal de Brasília, a Uber informou que tanto a conta do cliente quanto a do colaborador foram suspensas. “Nesse caso específico, os relatos do usuário e do motorista apresentam contradições, que só poderão ser elucidadas pelas investigações”, afirma a empresa em uma nota.
A Uber não informou detalhes sobre a versão do motorista que contradiz o que foi revelado pelo balconista. Segundo o agredido, a empresa entrou em contato com ele por telefone após a sua estadia na 15º Delegacia. “Só me ligaram para me perguntar o que houve e disseram que isso não era conduta deles. Não quiseram me desbloquear do aplicativo para eu ter acesso a placa para colocar no boletim de ocorrência”, disse o cliente.
Em nota, o aplicativo informou que repudia as agressões e que recomenda que tanto clientes quanto colaboradores procurem a polícia em casos semelhantes. “A Uber lamenta o caso e considera inaceitável o uso de violência. Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente às autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados”, diz a empresa.
A Uber informou também que possui uma equipe especializada que está sempre à disposição para colaborar com as autoridades policiais, e que possui um portal exclusivo para solicitar dados no caso de investigações ou processos criminais, respeitando as leis de privacidade exigidas no Brasil, que impossibilitam a divulgação de informações pessoais dos motoristas parceiros.
O aplicativo de corridas ressaltou que todas as viagens na plataforma são cobertas por um seguro para acidentes pessoais, que cobre despesas médicas hospitalares e odontológicas em até R$15 mil. Apesar da existência do benefício, Eduardo alega não poder acessar a seguridade, devido ao bloqueio da sua conta pela Uber.
PCDF diz que Uber é obrigada a contribuir com a investigação
Procurada pela equipe de reportagem do Jornal de Brasília, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) afirmou que a Uber deverá prestar informações que auxiliem nas perícias da agressão sofrida pelo balconista. “Podemos afirmar que em investigações criminais, as empresas envolvidas são obrigadas a fornecer quaisquer informações que possam auxiliar nas investigações. A depender da informação, o delegado de polícia pode demandar diretamente à empresa ou representar, perante o poder judiciário, por uma ordem judicial”, afirma a corporação.
A PCDF informou que, até o momento, o caso está sendo investigado como lesão corporal, cuja pena varia a depender do resultado das agressões. O veredito pode variar entre detenção de três meses a um ano, se for uma lesão leve, ou dois a oito anos de prisão em casos mais graves.
O balconista de farmácia também pretende processar o aplicativo de corridas, e afirma que solicitou filmagens de câmeras de segurança feitas por um shopping center, que podem mostrar a entrada do cliente do carro, além da placa do veículo usado pelo motorista.
“Vou fazer isso devido a falta de apoio, pelo bloqueio no aplicativo que me impossibilita de acionar o seguro proposto pelos mesmos. Também pelo bloqueio do aplicativo, que está impossibilitando de ter acesso a última viagem, e ver dados como placa e nome do motorista”, conta a vítima.
Com informações do Jornal de Brasilia
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