Patrícia Fernandes Dois jovens criados juntos no interior de Minas Gerais se apaixonam. Entre idas e vindas, resolvem oficializar o rela...
Patrícia Fernandes
Dois jovens criados juntos no interior de Minas Gerais se apaixonam. Entre idas e vindas, resolvem oficializar o relacionamento. Casaram-se e tiveram dois filhos. Em busca de novas oportunidades profissionais, resolveram se mudar para a capital do País.
Ela se especializou na área de Informática. E ele no setor de Segurança Privada. A história, com cara de conto de fadas, terminou em tragédia. Após 12 anos de casamento, ela decide separar e passa a ser perseguida pelo ex-marido, com quem tem dois filhos, de sete e 11 anos de idade. Inconformado com a separação e com a possibilidade de ser trocado por outro, matou a ex-mulher com vários tiros, sendo que um deles atingiu a cabeça, e em seguida se matou. Essa é a triste história do casal Débora Lúcia de Araújo, 41 anos, e Roberto Oliveira de Almeida, 44 anos.
Disparos
Ao sair da academia, em Sobradinho II, Débora foi abordada pelo ex-companheiro, que estava dentro do carro. Segundo testemunhas, eles conversavam pacificamente quando se ouviu alguns disparos.
Ao ouvir o barulho, testemunhas se depararam com o corpo da mulher com três tiros: na cabeça, nas costas e no peito e o corpo do rapaz com um tiro na cabeça.
De acordo com L.M., moradora da rua onde o crime ocorreu, os dois conversavam tranquilamente antes dos disparos. “Saí cedo para jogar o lixo fora e vi os dois conversando. Ele estava dentro do carro e ela em pé ao lado. E assim que entrei ouvi o barulho dos tiros. Ela conta que o marido quis sair para ver o que estava acontecendo, mas ela o impediu. “Não imaginei que ele tivesse se matado e fiquei com medo de ele nos ver e atirar contra a gente”, contou.
Segundo outra testemunha, Débora já dava sinais de que estava incomodada com o assédio do ex-marido. “Com a separação, ela se mudou e me contratou para montar os móveis da casa dela. No meio do trabalho, ela começou a desabafar e falou que não aguentava mais a perseguição dele”, lembrou.
Outra pessoa que presenciou o crime, e que também preferiu não se identificar, declarou que a vítima estava com medo do ex-marido: “Ele a seguia e queria saber o horário que ela chegava e saía do trabalho. Mas acredito que ela não imaginava que ele seria tão cruel”.
Os vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros, mas nada puderam fazer porque os dois já estavam mortos. A 35ª Delegacia de Polícia vai investigar o caso.
Os crimes passionais são em sua maioria praticados por homens. A psicóloga Érica Dantas diz que a psicologia explica esse fato. “Genética e culturalmente, os homens são mais violentos. A maioria tem instinto homicida, assim como o dos animais irracionais”, explicou.
Servidora do 2º Juizado de Violência Doméstica, Monique Frota ressalta que os casos de violência doméstica são cada vez mais comuns. “Hoje, é possível verificar um aumento no número de denúncias. A população está mais consciente e as vítimas estão denunciando mais”, revelou. Ela destacou que as denúncias são mais vistos em classes sociais mais baixas. “Acredito que as mulheres de classes sociais mais elevadas têm um constrangimento maior em denunciar, mas isso não quer dizer que elas não são vítimas”, disse.
Sinais
Segundo o delegado Paulo Francisco Soares, responsável pela investigação, há aproximadamente um mês, Roberto se matriculou na mesma academia da ex-mulher: “Ele começou a sondar com os funcionários os horários que ela chegava ao local”.
Paulo afirma que um dos pontos levantados na investigação chamou a atenção. “No fim do mês passado, ele tirou uma licença médica de 15 dias e outra de oito dias. Ainda não sabemos ao certo os motivos, mas pode ter sido para acompanhar a ex-mulher”, disse.
Filhos
O delegado informou que Roberto não possuía porte de arma. “Ele não possuía autorização para andar armado”, revelou.
O delegado informou que os filhos do casal estão sob responsabilidade do Conselho Tutelar, que decidirá sobre a guarda dos dois. Almeida teria deixado um bilhete de difícil compreensão que informaria a localização dos filhos. O fato está sendo investigado.
Histórias de crimes recentes
Há cerca de um ano, um homem usou o próprio irmão para simular um assalto, matar a esposa e ficar com a pensão vitalícia dela.
A policial militar Márcia Helena de Souza foi assassinada com dois tiros quando saía de casa, em Vicente Pires. O marido, o brigadista Rodrigo Policarpo, foi internado com um tiro no braço. No hospital, disse à polícia que o crime foi cometido por dois assaltantes.
A polícia descobriu que foi ele quem contratou os bandidos para matar a própria mulher. O tiro no braço foi só para tentar despistar. O crime foi motivado por dinheiro.
No Riacho Fundo, uma mulher de 34 anos foi morta com dez facadas pelo marido, em julho de 2012. O crime ocorreu dentro do apartamento do casal.
O vizinho, o bancário Wander Miranda disse que o filho do casal, de 13 anos, foi quem pediu socorro. “A primeira coisa que ele falou foi: ‘meu pai esfaqueou a minha mãe’. lembrou o vizinho.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
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