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Belluzzo vê Dilma contra a parede: O governo se comunica mal

Por Redação - de São Paulo “Já foi dito que os Bourbons não esqueciam de nada, mas não aprendiam nada. Os economistas são descendentes dos ...


Por Redação - de São Paulo

“Já foi dito que os Bourbons não esqueciam de nada, mas não aprendiam nada. Os economistas são descendentes dos Bourbons. Não se lembram de que essas crises foram determinadas independentemente da situação da macroeconomia”.
Luiz Gonzaga Belluzzo

Belluzzo foi professor da presidenta Dilma, na Unicamp

O economista Luiz GonzagaBelluzzo, de 71 anos, catedrático da Universidade de Campinas (Unicamp) e ex-professor da presidenta Dilma Rousseff, aposta que o empresariado brasileiro, mesmo com severas críticas ao governo petista, tende a apoiar a campanha à reeleição, enquanto segue com o objetivo de manter a atual administração política e econômica do país em “uma camisa de 11 varas (dificuldade extrema, da qual é difícil ou impossível sair, segundo o dicionário Aurélio)”. Belluzo, em uma longa entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, lembra que há um forte componente ideológico imposto por setores dominantes do mercado financeiro, o qual tem ganhado terreno frente às teses, supostamente desenvolvimentistas, defendidas pela equipe econômica do governo.

Segundo Belluzzo, apesar da política de concessões da presidenta Dilma às empresas privadas, “o mercado acha que ela está à esquerda de Lula. Dizem que o Lula era legal porque conversava. Dizem que ela é a rabugenta, intervencionista e o diabo. A presidenta, coitada, herdou esse negócio e é muito difícil se desvencilhar disso. Ela está seguindo mais ou menos os cânones que são dominantes na percepção da economia. Se você quer dizer que ela deu uma recuada, isso significa que ela deu uma recuada. Deu uma recuada diante da correlação de forças”.

– Ela está lá meio desconfortável, fazendo o que ela pragmaticamente está vendo que deve fazer, não o que ela gostaria. Nem acho que a questão se coloque como mais ou menos intervenção. Se se tem um preço como esse, o câmbio, muito fora do lugar, numa situação internacional como essa, vai ter dificuldades de reativar essa economia. São duas as oportunidades que ela tem: acelerar as concessões e melhorar o investimento em infraestrutura, com efeito sobre a indústria, e o Pré-Sal. A menos que a China comece a crescer a não sei quanto. Coisa que não está no horizonte, porque eles estão mudando o modelo de crescimento deles – afirma Belluzzo, na entrevista.

“O governo se comunica mal”

Se Dilma é uma decepção ou está dentro do esperado por investidores, Belluzzo responde:

– Ela está fazendo o que pode, coitada. O negócio é difícil. Sou suspeito porque me considero amigo dela; fui professor dela. Conversei com ela no início do ano. Ela nem sempre gostou das minhas opiniões durante o almoço. Ela tem as dela, com toda razão. Mas eu gosto dela. Acho que está fazendo o que pode. Esse negócio do tabelamento da taxa de retorno deu a impressão de uma intervenção. Pegou mal no mercado e era desnecessário. Produziu um desgaste muito grande, infelizmente, para ela. A partir daí o pessoal já projetou mil coisas, intervencionismo… Quase disseram que ela era uma réplica da política dos bolivarianos. Tem cabimento fazer essa comparação? Nada a ver.

A pressão, no entanto, faz parte do jogo de força política, segundo Belluzzo:

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