MULTA MILIONÁRIA Manter o Lixão da Estrutural em funcionamento ao lado de uma unidade de conservação custa caro ao governo: R$ 10 mil...
MULTA MILIONÁRIA
Manter o Lixão da Estrutural em funcionamento ao lado de uma unidade de conservação custa caro ao governo: R$ 10 milhões. Dois processos contribuem para aumentar esse valor a cada dia. No mais recente, com decisão tomada em 13 de janeiro, o TJDFT acatou o pedido do Ministério Público do DF de multar em R$ 1 milhão o SLU por não ter encerrado as atividades do lixão desde 2011 -- ano em que o Tribunal ordenou o fechamento, em última instância. No outro, um processo administrativo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o SLU foi condenado a pagar multa de mais de R$ 9 milhões e, a empresa Valor Ambiental, de R$ 4 milhões.
ESQUECIDOS POR MAIS DE 50 ANOS
"O trabalho no lixão é de sobrevivência", diz Lúcia Fernandes, catadora que vive na Estrutural há 13 anos. Mãe de quatro filhos, ela mora em Brasília desde 1986. Cearense, veio para a capital com a família para não morrer de fome na terra natal. "Entrei aqui porque não tive outra oportunidade. No primeiro dia ganhei só R$ 2, no segundo fiz R$ 10 e me animei", conta ela, que chegou a trabalhar 16 horas seguidas, para não sair de mãos vazias.
Representante da cooperativa Coorace, uma das seis que existem dentro do lixão, Lúcia não perde a esperança de um trabalho digno para si e os companheiros. Mas a dura realidade se contrapõe aos sonhos. Hoje, trabalham por lá aproximadamente 2,7 mil catadores. Faça sol ou chuva, durante o dia ou à noite, eles ganham a vida sem nenhuma segurança ou higiene, são obrigados a conviver com o cheiro forte e as constantes ameaças de contaminação. Apesar de todos os problemas e dificuldades, a maior preocupação desses profissionais é outra, que o local de onde tiram a sobrevivência seja fechado, o que está previsto para acontecer até agosto deste ano.
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