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Laboratório de doleiro recebeu R$ 80 milhões do governo entre 1995 e 2006

Dyelle Menezes Muito antes da tentativa de contrato com o Ministério da Saúde, na gestão do ex-ministro Alexandre Padilha, o laboratório La...


Dyelle Menezes

Muito antes da tentativa de contrato com o Ministério da Saúde, na gestão do ex-ministro Alexandre Padilha, o laboratório Labogen já tinha contratos com o governo federal. Conforme levantamento do Contas Abertas, entre 1995 e 2006 a empresa recebeu cerca de R$ 80 milhões da União.

O Laboratório, controlado pelo doleiro Alberto Youssef, lavou 113,38 milhões de dólares entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013, de acordo com a operação Lava Jato da Polícia Federal.


Os dados levantados pelo Contas Abertas levaram em consideração as duas coligadas investigadas pela PF. A Labogen Química Fina e Biotecnologia recebeu R$ 15,6 milhões e a Indústria e Comércio de Medicamentos Labogen, R$ 64,4 milhões. O maior aporte de recursos foi pago entre 2000 e 2003. No período a Labogen recebeu R$ 59,8 milhões.

Os depósitos na conta do laboratório envolvem a aquisição de fármacos como a Nevirapina, utilizado no tratamento da AIDS, e Ziduvodina, utilizado como antiviral e também no tratamento da AIDS. Além disso, os recebimentos da empresa também incluem o fornecimento de corante amarelo alumínio laca, conforme descrição de ordem bancária.

No período em que o laboratório manteve contratos com o governo federal, no entanto, a diretoria da empresa não era composta por Leonardo Meirelles e Esdra Arantes Ferreira, ligados ao doleiro Youssef e presos na operação da PF. Os envolvidos na lavagem de dinheiro milionária só assumiram a diretoria do Labogen no em maio de 2008.

O Contas Abertas tentou contato com a diretoria antiga e com o advogado do Labogen, Thiago Sayeg, para saber sobre as mudanças na diretoria e a paralisação dos contratos com o governo federal, porém, não obteve resposta até o fechamento da matéria.

No último dia 29, o deputado Renato Simões (PT-SP) apresentou dois requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara defendendo a convocação de José Serra. O tucano foi ministro da Saúde entre março de 1998 e fevereiro de 2002. Simões quer que Serra dê explicações sobre contratos assinados em sua gestão no ministério com o Labogen entre 1999 e 2002.

No período, foram pagos R$ 47,9 milhões ao laboratório. Segundo a Polícia Federal, Youssef só teria assumido o controle do Labogen em 2008, época em que Serra já estava desligado do governo. O Labogen é um dos alvos da operação Lava-Jato, que acusa o doleiro Alberto Youssef de ser dono da empresa.

Em 2013, na gestão de Padilha, o laboratório foi escolhido para firmar acordo de produção de medicamentos. As negociações com o Labogen só foram suspensas depois que as relações suspeitas entre o deputado André Vargas e Youssef foram tomadas públicas.
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