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Dono do Labogen diz que André Vargas ajudou em contrato com o Ministério da Saúde

Dono do Labogen diz que André Vargas ajudou em contrato com o Ministério da Saúde Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados Conselho de Ética...


Dono do Labogen diz que André Vargas ajudou em contrato com o Ministério da Saúde
Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados

Conselho de Ética investiga relação de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso pelo Polícia Federal.

O proprietário do laboratório Labogen, Leonardo Meireles, disse nesta quarta-feira aos integrantes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara que o deputado André Vargas (PT-PR) ajudou nos contatos entre a empresa e o Ministério da Saúde para viabilizar a assinatura de uma parceria entre os dois.

O empresário esclareceu que procurou Vargas por indicação do doleiro Alberto Youssef, mas disse que não participou de reunião onde estivessem presentes, ao mesmo tempo, o deputado e o doleiro. O contrato entre o laboratório e o Ministério chegou a ser assinado, mas foi suspenso após as denúncias contra o doleiro.

Youssef foi preso em março, na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro. No processo contra o deputado André Vargas no Conselho de Ética, está sendo apurada a relação do parlamentar com o doleiro e se houve ou não tráfico de influência a favor da Labogen. Vargas se desfiliou da legenda pela qual militou por 24 anos. No entanto, a desfiliação não foi comunicada oficialmente à Câmara.

Contatos
Ao deputado Izalci (PSDB-DF), Meireles afirmou que teve poucos contatos com Vargas.

Izalci – “Vossa senhoria foi indicado para falar com o deputado André Vargas pelo Youssef?”
Leonardo – “Sim.”
Izalci – “Quando ele pediu que vossa senhoria procurasse o deputado André Vargas, o que que ele disse? Ele disse que ele é que estava cuidando deste caso, ele que podia ajudar?”
Leonardo – “Só disse que eu apresentasse o projeto, que fosse de interesse da saúde pública do Brasil. Ponto."

Investidores
Leonardo Meireles disse que Alberto Youssef fazia parte de um fundo de investidores que emprestou recursos para a sua empresa e colocou R$ 1,2 milhão no novo projeto. O empresário se negou a responder como o doleiro usava as contas da empresa, mas disse que recebia 1% por isso.

O dono da Labogen contou aos parlamentares que comprou o laboratório com uma dívida de 54 milhões de dólares porque já haviam sido anunciadas mudanças legais que favoreceriam a empresa, como isenções fiscais no processo de nacionalização da produção.

Outra testemunha
A outra testemunha, Esdra Ferreira, que é sócio minoritário da Labogen, não quis responder as perguntas dos deputados após orientação do seu advogado. Só afirmou que não conhece o deputado André Vargas.

As investigações policiais em poder do Conselho de Ética mostram que Leonardo Meireles teria conhecido Esdra como frentista e o chamou para ser sócio da empresa. Meireles negou essa informação em seu depoimento.

Tráfico de influências
Para o relator do processo contra Vargas, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), os depoimentos foram importantes: "O senhor Youssef usou as contas da Labogen para fazer evasão de divisas, e depois esta empresa tem uma intermediação de contatos a partir de 2013 com o Ministério da Saúde e o Ministério da Marinha. É claro que há um tráfico de influência. Só falta agora confirmar quem é o responsável por esse tráfico, quem fez essa intermediação via Alberto Youssef para a Labogen ter estas vantagens aqui no governo federal".

“Laranja”
Leonardo Meireles afirmou que não é "laranja" de Youssef e que a Labogen não é uma empresa de fachada, pois é pioneira no fornecimento de antirretrovirais usados no tratamento da Aids. Ele informou que a sindicância aberta no Ministério da Saúde após as denúncias não encontrou nenhuma irregularidade no contrato.

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Newton Araújo

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