Projeto Tô no Jogo ensina tênis a pessoas com deficiência intelectual Criado pela ex-atleta Cláudia Chabalgoity, a ideia é promover, por m...
Projeto Tô no Jogo ensina tênis a pessoas com deficiência intelectual
Criado pela ex-atleta Cláudia Chabalgoity, a ideia é promover, por meio do esporte, o desenvolvimento físico e emocional
Com funcionamento mental abaixo da média e baixa capacidade de compreender, concentrar-se, aprender, lembrar e realizar alguns tipos de tarefas, pessoas com deficiências intelectuais são, em geral, negligenciadas do convívio social. A condição se manifesta antes dos 18 anos e costuma deixar para trás os portadores, que sofrem com a falta de oportunidades. Porém, com a devida atenção e tratamento, esses indivíduos podem, e devem, superar as dificuldades, ter qualidade de vida e ser felizes.
Nesta Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece entre os dias 21 e 28 de agosto, contamos a história do projeto Tô no Jogo. Criado pela ex-tenista profissional Cláudia Chabalgoity, o objetivo é promover por meio do esporte o desenvolvimento físico e emocional de alunos da Associação Pestalozzi, que atende gratuitamente pessoas com deficiência intelectual e múltipla com mais de 21 anos.
Cláudia trabalhava com cadeirantes, mas, depois de fazer faculdade de psicologia, voltou sua atenção às pessoas com deficiência intelectual. “A questão de como se comporta a psicologia com o especial me interessou muito, entender qual é o tempo deles, como escutam comandos. E esse trabalho precisava ser por meio do tênis, uma bagagem que eu tinha. É praticamente um consultório ativo”, explica a ex-tenista.
Ao olhar de forma integrativa para os alunos, o objetivo é criar uma consciência e desenvolvimento por meio do esporte. Cláudia afirma esperar que eles tenham vida própria, autonomia, autoestima, conhecimento do próprio corpo e das suas habilidades para, no fim das contas, serem felizes.
“Não nos importa se eles vão jogar tênis. Estamos observando não só a questão do movimento técnico, se o braço está no lugar certo, mas também se melhorou o olhar, o foco, o sorriso, a alegria. Pegamos o que eles já têm, potencializamos e desenvolvemos. São pessoas desacreditadas, mas cada uma é um caso de sucesso dentro do seu limite”, conta Cláudia.
As aulas do Tô no Jogo acontecem uma vez por semana. Os alunos são divididos em grupos: alguns vão ter lições de consciência corporal com a professora Isabel Nabuco, enquanto os outros aprendem fundamentos do tênis com o professor Carlos Mavignier. Por enquanto, são 23 estudantes com vários graus de deficiência, incluindo alguns diagnosticados com de síndrome de Down, esquizofrenia e autismo. “Mas não enxergamos diagnóstico, olhamos a pessoa. Chegou assim? Como podemos trabalhar?”, diz a futura psicóloga.