'É difícil não ter minha esposa do meu lado', diz marido de funcionária do MEC morta no DF Suspeito do crime é tratado como 'm...
'É difícil não ter minha esposa do meu lado', diz marido de funcionária do MEC morta no DF
Suspeito do crime é tratado como 'maníaco em série'. Presidente e vice da OAB vão atuar como assistentes de acusação no processo de Letícia Sousa.
O marido de Letícia Sousa Curado Melo, funcionária terceirizada do Ministério da Educação encontrada morta nesta segunda-feira (26) após passar três dias desaparecida, disse que a família pretende colaborar para a investigação policial.
"Os advogados vão ficar em cima do caso, para que ninguém mais passe por essa dor", disse o professor de educação física Kaio Fonseca, de 25 anos (veja vídeo acima). O homem preso pelo assassinato, Marinésio dos Santos Olinto, é tratado pela polícia como "maníaco em série".
"É difícil chegar à noite e não ter a minha esposa do meu lado. Está doendo muito, muito."
Até a manhã desta terça-feira (27), o corpo da vítima ainda não havia sido liberado pelo Instituto Médico Legal (IML), que buscava possíveis marcas de agressões sexuais.
Letícia morava com Kaio e o filho, de 3 anos, em um apartamento no Setor Arapoanga, um bairro de Planaltina, no Distrito Federal. A família estendeu um tecido preto para simbolizar luto no local.
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Família de Letícia Sousa estendeu tecido preto para simbolizar luto em Planaltina, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Kaio disse que a família tem acreditado que a morte da mulher ocorreu por "planos de Deus", para evitar "ficar com ódio no coração". "Ela não é de se atrasar, nesse dia ela se atrasou. Eu não fico sem trabalhar, nesse dia fiquei sem trabalhar. Meu pai ia ter um exame, eu ia oferecer uma carona para ela, mas não pude oferecer", enumerou.
"É aquela história: a gente nunca espera que aconteça com a gente. A letícia era uma pessoa que sempre procurava o bem."
Reforço da OAB
Nesta terça-feira (27), o presidente da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Délio Lins e Silva Júnior, e a vice, Cris Damasceno, informaram que pedirão para serem incluídos como assistentes de acusação da promotoria no processo de Letícia Sousa.
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Advogada Letícia Sousa Curado Melo está desaparecida desde sexta-feira — Foto: TV Globo/Reprodução
Homenagens à vítima marcaram a cerimônia de entrega da carteirinha da ordem, nesta terça – a mesma da qual Letícia havia participado, em 13 de maio, após se formar em direito.
"Vamos mostrar a importância que a ordem está dando e o nosso peso institucional para, dentro do possível, tentar mitigar as consequências negativas desse caso para a família e para toda a sociedade", disse o presidente da OAB-DF.
"Não podemos nos calar em um momento como esse."
'Maníaco em série'
O homem preso preventivamente pelo assassinato é tratado pela polícia como "maníaco em série". Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, foi detido nesta segunda-feira (26).
Na delegacia, ele admitiu também ter sido o responsável pela morte de Genir Pereira de Sousa, de 47. A empregada doméstica desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10 dias depois
"É comportamento de maníaco em série, perfil desviado, embora saiba perfeitamente de tudo que faz", disse ao G1 o delegado Veluziano Castro, um dos responsáveis pela investigação.
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Marinésio dos Santos Olinto, preso pela morte de Letícia Sousa — Foto: Polícia Civil do DF/Divulgação
Segundo ele, Marinésio permaneceu em silêncio quando confrontado com algumas provas do crime, como as imagens em que o carro dele aparece gravado por câmeras de segunda.
Se comprovada a autoria no caso das duas vítimas já identificadas, Marinésio deve responder por feminicídio, ocultação de cadáver e, possivelmente, estupro.
Além do homicídio das duas vítimas já identificadas – Letícia e Genir –, a polícia passou a investigar uma possível relação entre o suspeito e crimes cometidos há, pelo menos, cinco anos.
"A inteligência da polícia reabriu inquéritos de 2014 e 2015 que estavam para ser arquivados por falta de indícios de suspeitos", afirmou Castro.
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Carro onde funcionária do MEC teria entrado, na sexta-feira (23), antes de desaparecer, segundo Polícia Civil do DF — Foto: Polícia Civil do DF / Divulgação
Ainda de acordo com o delegado, o modo de operação usado pelo agressor, a semelhança entre os carros usados nos crimes, a causa das mortes das vítimas – por asfixia – e o local onde foram encontradas (Planaltina e Paranoá) apontam a possível participação dele nos crimes.
Apesar da suspeita, ainda é necessário aguardar a nova análise de laudos periciais sobre as mortes dessas mulheres. Os nomes das vítimas não foram divulgados.
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