6 de setembro de 2018: um dia para entrar na história A facada sofrida por Bolsonaro há um ano alimenta teorias conspiratórias e ainda pro...
6 de setembro de 2018: um dia para entrar na história
A facada sofrida por Bolsonaro há um ano alimenta teorias conspiratórias e ainda provoca efeitos na saúde do presidente e no cenário político
O atentado que quase custou a vida de Jair Bolsonaro há um ano não existiu. O presidente nunca levou uma facada, não teve os intestinos perfurados, não perdeu uma gota de sangue e jamais esteve internado numa unidade de terapia intensiva. O que se supunha ter acontecido naquela tarde de 6 de setembro do ano passado, em Juiz de Fora (MG), jamais aconteceu. O ataque ao candidato do PSL foi uma encenação, um golpe para enganar o eleitor, uma manobra planejada por políticos e grandes corporações para interferir no resultado da eleição presidencial. Embora tudo o que está escrito até aqui seja absolutamente falso, tem gente que realmente acredita nas palavras acima.

RISCO DE MORTE – Os laudos médicos que constam da investigação da Polícia Federal: as lesões foram gravíssimas (./.)
O deputado Paulo Pimenta, por exemplo. Líder do PT na Câmara, ele não hesita em afirmar que duvida que o hoje presidente da República tenha sido golpeado. “Eu nunca me convenci dessa facada”, diz o petista. Para o parlamentar, o então candidato do PSL precisava ser submetido a uma cirurgia para resolver um problema qualquer no abdômen. Esperto, ele, então, teria forjado o ataque. “O Bolsonaro era visto como um cara arrogante, violento, grosseiro e estúpido. Depois desse episódio, passou a ser a vítima”, justifica Paulo Pimenta. “Pode ter sido um belo golpe.” A tese se sustentaria em uma evidência inquestionável, segundo ele: o fato de Adelio Bispo de Oliveira, o suposto agressor, ter permanecido ileso após atacar o candidato e ser preso. “Veja bem, os apoiadores do Bolsonaro são irados, enlouquecidos. Uma pessoa entra no meio de um comício, dá uma facada e não leva sequer um tapa de ninguém? Não lhe acontece nada? Ao contrário: ela é conduzida à delegacia e protegida?”, questiona.