MP lê laudo de Adriana: 'agressividade, frieza e com traços de vitimização' Documento foi preparado por especialistas da Polícia...
MP lê laudo de Adriana: 'agressividade, frieza e com traços de vitimização'
Documento foi preparado por especialistas da Polícia Civil após ela prestar depoimentos na época do crime
O julgamento de Adriana Villela
chega a momentos de tensão próximos do veredito final. Nesta quarta-feira (2/10), o Ministério Público abriu a 10ª sessão do júri popular com argumentações contra a ré para os jurados. Um dos pontos mais fortes foi a leitura de um laudo psicológico produzido pela polícia civil que indica características negativas dela, como agressividade e frieza.
“Depoente se mostrou desafiadora, autoritária, irônica, invasiva, dissimulada, seletiva no discurso e na memória, com traços compulsivos, vitimização, dramatização, ambivalência, impulsividade, intolerância, frustração, agressividade e frieza, além de apresentar conduta manipulativa”, diz o laudo, lido pelo procurador Maurício Miranda.
O laudo ainda diz que “Percebeu-se a falta de laços afetivos em relação à mãe”, segundo apresentado pelo MP. O promotor Marcelo Leite Borges também comentou o documento. “O vínculo de mãe e filha era tão somente material. Uma relação de patrocinadores quanto aos seus projetos sociais. Existia um interesse financeiro e um distanciamento da afetividade”, afirmou.
Outra prova mostrada foi uma agenda de Adriana com informações de semanas antes do crime. “No dia 16 de agosto de 2009, a própria Adriana sublinhou na agenda: ‘Sentimentos intensos extremados, principalmente de ciúme e possessividade. Raivas guardadas e aparentemente esquecidas podem vir à tona’. Ela puxa uma seta para baixo, em que completa: ‘Não vou ao almoço com os meus pais às 14h30’. Ou seja, a nossa melhor testemunha é a própria Adriana”, disse Maurício Miranda.
Tortura
Também se destacaram nas argumentações da acusação falas sobre a investigação. As atuações da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e da 8ª Delegacia de Polícia (SIA) foram duramente atacadas. “Onde já se viu isso que a 8ª DP fez? Chegar em um cidade, prender uma pessoa sem comunicar o juiz, colocar um cidadão em uma viatura, um cubículo, e levar para o meio do mato, citar a filha dele, pegar um depoimento que ninguém sabe o que diz, porque foi rasgado por uma delegacia cheia de corruptos. Isso é mazela. Leonardo foi torturado”, afirmou o procurador do MP.