CPI ouve irmãos Miranda sobre denúncia na compra da Covaxin; acompanhe Deputado federal Luis Miranda e servidor federal Luis Ricardo Fernand...
CPI ouve irmãos Miranda sobre denúncia na compra da Covaxin; acompanhe
Deputado federal Luis Miranda e servidor federal Luis Ricardo Fernandes Miranda denunciaram supostas irregularidades na compra da vacina indiana contra Covid-19.
Murillo Ferrari e Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo
25 de junho de 2021.
A CPI da Pandemia ouve nesta sexta-feira (25) o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde e irmão do parlamentar, Luis Ricardo Fernandes Miranda.
Eles são responsáveis por apontarem possíveis irregularidades do governo federal na compra da vacina indiana Covaxin.
Em pronunciamento na quarta-feira (23), Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, atacou o deputado e anunciou processo administrativo disciplinar contra o servidor.
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Empresas administradas por Francisco Maximiano têm má reputação entre técnicos, diz servidor do Ministério da Saúde
Ao responder um questionamento do relator Renan Calheiros (MDB-AL), Luis Ricardo contou que as empresas Precisa Medicamentos e Global Gestão em Saúde têm má reputação entre técnicos especializados em saúde.
O servidor do Ministério da Saúde ressaltou ainda que já prestou depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal sobre o assunto.
Em 2017, a Global Gestão em Saúde recebeu R$ 20 milhões do Ministério da Saúde -- à época gerenciado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) -- por remédios que deveriam ser entregues ao SUS. Os fármacos, no entanto, nunca foram entregues.
O dono das duas empresas é Francisco Maximiano, responsável pela intermediação entre o Palácio do Planalto e a Bharat Biotech para a aquisição da vacina indiana Covaxin.
Considerações iniciais
O funcionário da Saúde afirmou que não participa de licitação ou escolha de empresas e que apenas coordena uma equipe.
“Meu partido é o SUS. Minha função é trabalhar para que os insumos e vacinas cheguem de maneira mais rápida possível aos braços dos brasileiros, realizando toda a parte de importação e desembaraço o mais rápido possível. Trabalho em defesa do interesse público”, disse.
Já o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que ao levar denúncias sobre possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin ao presidente Jair Bolsonaro, ele fez “o que qualquer cidadão brasileiro deveria fazer”.
“Levei a quem poderia tomar as ações possíveis para coibir irresponsabilidades. Levei para a pessoa certa, que é o presidente”, exclamou.
Segundo o parlamentar, o chefe do Executivo lhe garantiu que a Polícia Federal investigaria as suspeitas.
Minutos após dar início à sessão, presidente da CPI suspende reunião
Volume 50%
Minutos após abrir a sessão, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a sessão para se reunir com o depoente Luis Miranda (DEM-DF), a pedido do deputado federal.
Aziz solicitou ao líder do governo do Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que o acompanhasse para que não se pareça uma “armação”.
Miranda -- que chegou ao Senado vestindo um colete à prova de balas -- não foi reconhecido pelo presidente da comissão e precisou ser apresentado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO).

Aziz e Randolfe dizem que Queiroga e governo federal atrapalham a investigação da CPI
“Atrapalhar a investigação da CPI é sujeito à penas muito graves”, disse Aziz.
Na avaliação do vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), além da omissão de documentos, o governo federal também ameaça depoentes e membros da comissão.
“Nós recebermos informações sobre 81 e-mails da Pfizer. Soubemos pela imprensa que tiveram outros 20 e-mails que não chegaram à essa CPI. Nós requisitamos informações vastas, diversas, sobre a atuação de diversos personagens que estão sendo inquiridos e investigados no âmbito de Comissão Parlamentar de Inquérito. As informações não chegam. Isso é concretamente uma forma de obstrução aos trabalhos desta comissão”, afirmou Rodrigues.

Entenda o caso
Luis Ricardo é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele relatou ao Ministério Público Federal (MPF) e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.
A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas – US$ 15 cada –, e da participação de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. Já o deputado Luis Miranda, em entrevista à CNN, disse ter alertado diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as suspeitas.
O requerimento convocando os depoentes foi apresentado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), relataram preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à Polícia Federal proteção para os irmãos.

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