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Alexandre Pires se trancou em cabine de navio durante operação da PF

  Reprodução / Redes sociais Alvo de operação da PF, cantor temia ser detido. Empresário do artista, Matheus Possebon, foi preso ao desembar...

 


Reprodução / Redes sociais

Alvo de operação da PF, cantor temia ser detido. Empresário do artista, Matheus Possebon, foi preso ao desembarcar do navio, em Santos (SP)

A coluna Na Mira apurou detalhes da Operação Disco de Ouro, deflagrada nessa segunda-feira (4/12) pela Polícia Federal (PF) e que teve como alvo o cantor Alexandre Pires e o empresário dele, Matheus Possebon. Fontes ouvidas pela reportagem informaram que o artista chegou a se trancar em uma das cabines de um cruzeiro atracado em Santos (SP) após a chegada das equipes, e os investigadores precisaram aguardá-lo sair. A atitude, possivelmente, foi motivada pelo receio de ser preso. O celular do artista foi apreendido.

O cantor é suspeito de receber mais de R$ 1 milhão de uma mineradora que explora terras Yanomami. Já o empresário é apontado como operador financeiro de garimpeiros ilegais. No total, o esquema movimentou mais de R$ 250 milhões.

Possebon foi detido pelos investigadores ao desembarcar do navio. O empresário é um dos executivos da Opus Entretenimento, que gerencia a carreira de nomes famosos da música brasileira, como Daniel, Seu Jorge, Ana Carolina, Munhoz e Mariano, entre outros. Ele se arrisca, ainda, na carreira musical e tem gravações em estúdios internacionais.

Disco de Ouro

A PF deflagrou a operação nessa segunda-feira (4/12), quando cumpriu mandado de busca e apreensão contra o cantor, que se apresentava em um cruzeiro atracado em Santos.

Além disso, as equipes cumpriram dois mandados de prisão, bem como seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC).

A Justiça determinou, ainda, o sequestro de mais de R$ 130 milhões em bens dos investigados.

A operação ocorreu como desdobramento de outra ação da PF, deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraída da TIY foram encontradas na sede de uma empresa investigada e eram preparadas para envio ao exterior.

O inquérito policial revela que o esquema seria voltado para “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da terra Yanomami e que o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), supostamente transportado para Roraima para tratamento.

As investigações mostraram que a dinâmica ocorreria apenas no papel, pois o minério seria originário do próprio estado de Roraima. À época, a PF identificou transações financeiras que envolviam toda a cadeia produtiva do esquema, com participação de pilotos de aeronaves, além do auxílio de postos de combustíveis, lojas de máquinas, equipamentos para mineração e “laranjas”, para encobrir movimentações fraudulentas.

Perfil do cantor

Em 1989, o cantor Alexandre Pires fundou o grupo de pagode romântico Só Pra Contrariar. A carreira como vocalista — até sair do grupo, no início dos anos 2000 — deu fama ao artista. Entre os sucessos do SPC, destacam-se “Essa Tal Liberdade” e “Que Se Chama Amor”.

Defesa de Alexandre Pires

Leia a nota da defesa do cantor na íntegra:

“Na qualidade de advogado do cantor e compositor Alexandre Pires, viemos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em geral, esclarecer que o cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena.

Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística.

Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome.

Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira.”

Agência do artista se manifesta

A Opus Entretenimento, empresa que agencia o canto Alexandre Pires e tem como um dos executivos Matheus Possebon, preso pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (4/12), também se manifestou sobre a investigação que apura a suposta participação dos dois em esquema de exploração de garimpo em terras Yanomami.

Por meio de nota, a produtora informou que “desconhece qualquer atividade ilegal supostamente relacionada a colaboradores e parceiros da empresa”.

“Em relação a Alexandre Pires, uma das grandes referências da música brasileira, a Opus, responsável pela gestão de sua carreira, manifesta solidariedade ao artista, confiando em sua idoneidade e no completo esclarecimento dos fatos”, destacou o texto.

Por Mirelle Pinheiro e Carlos Carone - Metrópoles

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