Silenciosa ou não, a infecção sexualmente transmissível é ponto de alerta durante o pré-natal Aborto espontâneo, parto prematuro, má-forma...
Silenciosa ou não, a infecção sexualmente transmissível é ponto de alerta durante o pré-natal
Aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e mesmo a morte do bebê ao nascer. Estas podem ser as consequências de uma sífilis congênita, transmitida para a criança durante a gestação ou parto. A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança.
O terceiro sábado do mês de outubro foi instituído como Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita que, em 2024, será no dia 19. Neste cenário, a campanha “Outubro Verde” busca reforçar a mobilização para a testagem, diagnóstico e tratamento da sífilis.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), na área da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, de 2021 a 2023, houve um aumento de 49,51% nas investigações de sífilis congênita, enquanto para a sífilis em gestante o aumento foi de 33%. Este aumento da testagem é uma das metas do Plano de Enfrentamento à Sífilis do Estado de Minas Gerais, iniciado em 2019, que mobiliza as famílias a realizarem exames durante o pré-natal e, em caso de positivo para a doença, iniciarem o tratamento imediatamente.
Jéssica Cristina da Silva, referência técnica em sífilis da SRS Uberlândia afirma que, segundo dados preliminares de 2024, este aumento da testagem deve ser constante nos próximos anos, seguindo a série histórica. “Realizamos treinamentos com as referências técnicas municipais para orientar quanto à realização dos exames e mantemos o estoque de testes rápidos em todos os 18 municípios para garantir a efetividade do Plano Estadual de Enfrentamento à Sífilis”, disse a referência técnica regional.
Um dos públicos que mais preocupa as autoridades de saúde é a gestante, que deve ser testada pelo menos em três momentos: primeiro trimestre de gestação; terceiro trimestre de gestação; e no momento do parto ou em caso de aborto. A mulher deve realizar o exame no pré-natal e, caso seja confirmado o diagnóstico de sífilis, iniciar o tratamento de acordo com a orientação do médico.
Silva falou sobre a testagem e tratamento no pré-natal. “O acolhimento das gestantes ocorre nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e, caso haja diagnóstico positivo para a sífilis, o tratamento é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Realizar os exames e fazer um pré-natal adequado reduz os riscos para as mulheres grávidas e os bebês”, esclareceu a referência.
Ávila destacou que há o acompanhamento conjunto entre a maternidade e a Unidade Básica de Saúde. “A maternidade de referência faz a testagem no recém nascido e, quando há manifestação de sífilis congênita, o tratamento é iniciado na maternidade de referência e o município acompanha o desenvolvimento da criança”.
Diagnóstico: pode ser realizado na Unidade Básica de Saúde, por meio do teste rápido, com a coleta de uma gota de sangue na ponta do dedo. Caso o resultado seja reagente, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para a realização de um teste laboratorial para a conclusão do diagnóstico.
Tratamento: é disponibilizado pelo SUS, sendo a benzilpenicilina benzatina o medicamento de escolha e a única droga com eficácia durante a gestação. Para prevenção da sífilis congênita, tanto as gestantes quanto seus parceiros devem fazer os exames de diagnóstico. Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também procure o serviço de saúde e passe pelo tratamento. Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas.
Reinfecção: a sífilis é uma infecção curável, mas pegar uma vez não confere imunidade.
Saiba mais em: https://www.saude.mg.gov.br/sifilis
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