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Estado revalida reconhecimento da Comunidade Quilombola dos Arturos como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais

Estado revalida reconhecimento da Comunidade Quilombola dos Arturos como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais Decisão unânime reforça a impo...

Estado revalida reconhecimento da Comunidade Quilombola dos Arturos como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais
Decisão unânime reforça a importância da memória e das tradições da comunidade centenária de Contagem
Isa de Oliveira / Iepha-MG

Em um gesto que celebra a resistência, a ancestralidade e a riqueza da cultura negra mineira, o Governo de Minas, por meio do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) aprovou, por unanimidade, a revalidação do reconhecimento da Comunidade Quilombola dos Arturos como Patrimônio Cultural Imaterial do estado.

A decisão foi anunciada na tarde da terça-feira (3/6), durante reunião realizada na sede do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), em Belo Horizonte.

"É um dia de muita alegria e emoção. Temos o direito de ir e vir, de cantar, de fazer nossas tradições", destacou o Mestre José Bonifácio, conhecido como Bengala, representante da Comunidade dos Arturos.
“Esse reconhecimento do Estado é de extrema importância, um momento muito marcante para nossa comunidade”, celebrou Everton Eustáquio da Silva, um dos representantes da Comunidade Quilombola dos Arturos e do Comitê de Salvaguarda da Comunidade dos Arturos que acompanharam a sessão.

A secretária de Estado Adjunta da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), Josiane de Souza, também comemorou a revalidação.
"É o reconhecimento da força, da história e da resistência de um povo que mantém vivas tradições ancestrais e fundamentais para a nossa identidade. Os Arturos, guardiões de saberes, celebrações e modos de vida, ajudam a contar a verdadeira história de Minas e do Brasil", ressaltou a secretária de Estado Adjunta da Secult-MG.
Segundo o presidente do Iepha-MG e secretário executivo do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural, João Paulo Martins, a revalidação é um momento importante previsto na legislação. “É a oportunidade de avaliar as ações de salvaguarda realizadas nos últimos dez anos e marca o reconhecimento das tradições afromineiras”, diz.

Isa de Oliveira / Iepha-MG

Na reunião dessa terça-feira (3/6), o Conep também aprovou a criação do Catálogo da Paisagem Cultural de Minas Gerais, documento que será elaborado pelo Iepha-MG com o objetivo de promover e valorizar o patrimônio cultural do estado.

Histórico

Em maio de 2014, a Comunidade Quilombola dos Arturos foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, sendo o primeiro registro de uma comunidade tradicional dentro da categoria de lugares.

Em 2024, foi elaborado um Relatório de Reavaliação para o Conep, exigido a cada dez anos para verificar a continuidade e transformações do bem cultural.

O documento resultou de parceria entre os Arturos, o Iepha-MG e a Diretoria de Memória e Patrimônio da Secretaria de Cultura de Contagem, com base em pesquisas, entrevistas com lideranças, registro da Festa de Nossa Senhora do Rosário e a realização de um seminário pelos dez anos do título, entre outras iniciativas.

História centenária

A história da Comunidade Quilombola dos Arturos, localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), teve início há 140 anos, fruto da união de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Silva, descendentes de escravos negros africanos que viviam e trabalhavam na região dos atuais municípios de Contagem e Esmeraldas. Desde então, a comunidade, atualmente composta por cerca de 230 famílias, preserva e atualiza diversas tradições da cultura negra mineira e brasileira.

Crédito Agência Minas Gerais 

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