Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo instituto Real Time Big Data reacendeu o debate sobre o futuro político do ex-governador José Rober...
Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo instituto Real Time Big Data reacendeu o debate sobre o futuro político do ex-governador José Roberto Arruda no Distrito Federal. O levantamento, realizado entre os dias 6 e 8 de dezembro de 2025, com 1.200 eleitores, revelou que 53% dos entrevistados afirmam que não votariam em Arruda “de jeito nenhum” em uma eventual disputa pelo Governo do DF.
O índice coloca Arruda como o nome mais rejeitado entre os pré-candidatos testados para 2026, superando adversários como Celina Leão, Ricardo Cappelli, Paula Belmonte e Leandro Grass. O número é considerado expressivo por analistas políticos, sobretudo pela trajetória do ex-governador, que marcou a política local tanto por sua influência quanto pela sucessão de processos judiciais.
Rejeição vinculada à imagem jurídica
De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, a elevada rejeição reflete não apenas desgaste político natural, mas principalmente o histórico de processos que envolve o nome de Arruda.
O advogado e professor de Direito Constitucional Marco T. Alencar afirma que a imagem jurídica do ex-governador ainda exerce forte influência sobre a opinião pública:
“Arruda permanece associado ao caso conhecido como Mensalão do DEM. Apesar de alguns avanços em sua situação judicial ao longo dos anos, o impacto simbólico do escândalo permanece vivo na memória do eleitor. A rejeição atual é consequência direta dessa carga histórica.”
Para a especialista em Direito Eleitoral Dra. Helena Moura, mesmo que Arruda tenha obtido decisões favoráveis em parte de seus processos, isso não significa que o eleitorado o considere elegível politicamente:
“O eleitor comum não acompanha todas as reviravoltas processuais. O que fica é a marca. Na prática, ele ainda é lembrado como um gestor envolvido em um dos maiores escândalos políticos do DF. Esse tipo de mancha, do ponto de vista eleitoral, é praticamente indelével.”
Situação jurídica atual impacta 2026
Arruda ainda responde ou respondeu a ações decorrentes da Operação Caixa de Pandora, além de processos por improbidade administrativa. Embora parte das condenações tenha sido revista com base em mudanças legislativas, como a nova Lei de Improbidade o conjunto de investigações e denúncias ainda pesa.
O jurista Rafael C. Lisboa, pesquisador em Direito Público, ressalta que, mesmo com reviravoltas jurídicas, a percepção social sobre um político dificilmente se altera no mesmo ritmo:
“O Judiciário anda em um tempo; o eleitor em outro. Mesmo decisões que favorecem o réu nem sempre revertem a percepção social. A rejeição a Arruda vem de um julgamento moral que está consolidado na sociedade.”
Cenário eleitoral desafiador
Com 53% de rejeição, Arruda enfrenta um obstáculo significativo para qualquer projeto político. Pesquisadores do Real Time Big Data consideram que índices acima de 45% tornam muito difícil uma candidatura competitiva em eleições majoritárias especialmente num cenário com múltiplos candidatos competitivos.
Conclusão
A pesquisa Real Time Big Data confirma que a rejeição ao ex-governador José Roberto Arruda permanece alta e fortemente ligada ao seu histórico jurídico. Para juristas e analistas, mesmo com decisões que possam aliviar sua situação processual, o desgaste acumulado ao longo dos anos seguirá dificultando sua viabilidade em disputas eleitorais futuras.
Da redação A Politica e o Poder
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