Eleições: PV escolhe, por aclamação, Eduardo Jorge candidato à Presidência da República A candidatura à Presidência da República pelo PV ...
Eleições: PV escolhe, por aclamação, Eduardo Jorge candidato à Presidência da República
- O Partido Verde é um partido de vanguarda. Eu sempre fui de vanguarda. Vim para o PV, em 2003, quando saí do PT e vi que a vanguarda de vocês estava muito mais avançada - afirmou o candidato do PV.
No discurso antes da oficialização de sua candidatura, Eduardo Jorge defendeu a reforma política, o parlamentarismo, o voto facultativo, criticando, sem citar, o ex-presidente Lula.
- A tese do parlamentarismo é a mais aberta, que permite que os partidos evoluam, que não se tenha apenas partidos de aluguel para vender tempo de TV. Parlamentarismo é a verdadeira reforma do sistema político. Hoje se busca eleger um messias, até hoje tem pai da pátria que não quer desencarnar. Quer voltar, volte, dispute, quero ver. Tudo isso é produto do centralismo imperial - criticou Eduardo Jorge.
Descontraído, avisando que primeiro seria “um momento Sportv”, Eduardo Jorge falou sobre as vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo. Ele criticou o fato de Dilma não ter discursado na abertura, disse que vaia é do jogo, mas condenou os xingamentos de parte do público a ela. Criticou também os outros dois principais adversários na campanha, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), afirmando que chegaram a endossar a manifestação contrária, recuando depois.
- Eles flertaram com o xingamento e depois correram. Nós do PV não fazemos isso, criticamos porque ela (Dilma) se escondeu, mas condenamos o comportamento feio, os xingamentos - disse.
O candidato do PV também comparou a vitória da Holanda sobre a Espanha à luta dele, pelo PV, contra os três principais candidatos à Presidência da República. Comentou que às vezes os grandes podem entrar de “salto alto” e levar de goleada:
- Botem as barbas de molho. Os que entram de salto alto, não se preparam... Aquilo (a vitória da Holanda sobre a Espanha) pode dar sorte para a gente.
COMPARAÇÃO COM MARINA SILVA
O candidato deu entrevista à imprensa e falou da expectativa em relação à candidatura.
- Temos três grandes competidores favoritos, esbanjando recursos, apoios sindicais e empresariais e aparelhos estatais. Só que o jogo não começou, começa em julho. E e a população está muito irritada e descontente com os atuais representantes de partidos políticos. Querem lições novas, avançadas, de vanguarda, renovadoras, essenciais para a defesa dos países. Acho que teremos um trânsito grande nesse debate com os cidadãos em julho - disse Eduardo Jorge, em coletiva antes do início da convenção.
Indagado sobre as diferenças entre a campanha de Marina Silva, pelo PV em 2010, e a sua nesta eleição, Eduardo Jorge argumentou que Marina disputou contra PT e PSDB e acabou arregimentando votos dos descontentes com os dois partidos. Também agregou votos de religiosos, além dos votos dos verdes.
- Em 2010 a conjuntura era outra. Quem não gostava dos outros dois candidatos, veio com a gente. Agregou os votos de protesto, dos ambientalistas, dos religiosos. Era uma coligação entre o PV e a Marina e seu grupo, uma coligação programática. Ela agregou muito, que tinha ideias mais conservadoras e nós respeitamos. Infelizmente houve a separação, é um direito dela querer criar um partido à sua imagem e semelhança. Em 2014, o espectro está mais aberto, com mais candidaturas. E, agora, o PV vem com seu programa íntegro, mais libertário, numa candidatura solo. Não se sabe como o eleitorado vai reagir - disse Eduardo Jorge.
O candidato do PV desconversou quando questionado se os votos dos verdes iriam para ele ou para Marina Silva, que é candidata a vice-presidente na chapa do PSB de Eduardo Campos:
- A Marina não é candidata nesta eleição. Vivemos um presidencialismo imperial.
O candidato do PV diz que o diferencial da legenda são suas ideias e que, por isso, desde março as diretrizes do programa partidário estão expostas no site do partido.
- Ao contrário dos outros partidos, o PV só tem o patrimônio das ideias. São 30 páginas, nossas diretrizes são públicas desde março e isso deu coesão ao PV. Assim faremos nossa campanha, dialogando com a sociedade. É o que a gente pode fazer - disse Eduardo Jorge.
O candidato verde - que já foi secretário municipal de Saúde de São Paulo em governos do PT, e de Meio Ambiente, na gestão José Serra-Gilberto Kassab - diz que é preciso reconhecer que os governos passados permitiram avanços no país e que as críticas são feitas porque o povo quer mais avanços. Segundo ele, no entanto, nenhum dos três principais candidatos postos para a eleição deste ano, priorizam o desenvolvimento sustentável, como o PV.
- O PV é um partido do século XXI. Os três grandes partidos na disputa deste ano são do século XX, defendendo o velho capitalismo ou socialismo e não respeitam os limites da natureza. O meio ambiente é desprezado. O que o PV propõe é quase uma revolução. O Brasil, com sua riqueza natural, devia ser líder na defesa da biodiversidade. Nossa posição é muito tímida - disse o candidatado do PV.
Além do desenvolvimento sustentável, o PV também defende, entre outras bandeiras, o voto facultativo e o distrital misto, nova divisão no pacto federativo, com mais recursos para estados e municípios, além de reformas na economia que permitam o desenvolvimento de indústrias que não agridam o meio ambiente.
Os próprios aliados reconhecem as dificuldades da candidatura de Eduardo Jorge. Mas, afirmam que ela é importante para fazer diferença no debate presidencial.
- Somos realistas. A gente sabe qual será o seu papel. E ele é muito importante - disse a deputada Rosane, candidata do PV ao governo do Paraná.
O jingle da campanha, um sambinha, destaca Eduardo Jorge como uma alternativa para o país. “O povo está nas ruas, pedindo um Brasil diferente, salve Jorge, esse é da gente, Eduardo Jorge presidente”, diz um trecho da música. O PV terá, na campanha presidencial, cerca de um minuto do tempo de rádio e TV.
Segundo integrantes do partido, só a partir de julho, com a formalização do comitê financeiro, interlocutores do PV irão procurar empresas que tenham ligação com a questão ambiental para pedir doações à candidatura de Eduardo Jorge.
O PV deverá ter candidatos a governo em quatro estados: São Paulo, Paraná, Tocantins e Pará.
Fonte: ISABEL BRAGA - O Globo
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